sexta-feira, 3 de abril de 2020

Aos meus primos maravilhosos...

       Certo dia, um dos meus primos pediu-me para que escrevesse sobre eles, os primos em geral...fiquei ali a imaginar o que escrever, pois foram e são tantas coisas maravilhosas que aconteceram e acontecem conosco que nem palavras a dizer, até que um dia veio uma inspiração e aqui estou.
    Antes de mais nada, não tenho como comentar de todos sem voltar a falar de um casal



maravilhosos, nossos avós, que fizeram tudo por nós, que se acaso os meninos quisessem conselho do vovô, lá estava ele sentado no sofá, fazendo o seu cigarrinho, escutando e os aconselhando, e a minha vovó na cozinha, caso eu e minha prima precisássemos conversar e tirar dúvidas...
      
       
Afinal, naquele tempo, as mães eram mais retraídas, e não falavam muito conosco sobre certas coisas, e tivemos a sorte de termos tido avós de cabeça aberta, e conversava conosco sobre tudo, e nos aconselhava sobre sermos sempre íntegros, procurarmos ter um futuro melhor para as nossas familias, e com muito amor.
       Enfim, voltando a nós primos, onde quero chegar com isso... é que de três irmãs, filhas dos meus avós, uma faleceu cedo, deixando com meu titio seus quatro filhos, e ele me colocava no colo para repetir titio, pois gostava de ouvir devido a minha língua enrolada..., e com o falecimento dela, agarrou-os com muito amor, e meus avós deu-lhe apoio total.
        Minha outra tia, que também morava lá dava auxílio para todos, além dos seus filhos, e o meu outro tio era marceneiro, trabalhava no fundo da casa dos meus avós, assim estava sempre perto caso precisassem.
        Só que um dos dias em que meu titio foi almoçar na casa dos meus avós, disse não estar sentindo bem, mas mesmo assim, foi para o estaleiro, onde estava criando um barco que faria com que a ponte de Barra Bonita novamente se reerguesse, depois de anos.



         Ué! Mas cadê os primos nessa história?
       Acontece que eu não morava lá, e o gostoso de saber tudo isso, e orgulho de ter esses primos, e essa familia, é porque quando chegávamos lá eu e minha prima íamos até a Olaria, em frente à casa da minha avó para buscar barro e brincar de casinha, e enquanto estavámos brincando... os meus primos e meu irmão fazendo bolinha de guerra, e acertavam em nós.
        Como disse, meu tio trabalhava na casa da minha avó, então as vezes inventávamos de brincar de esconde-esconde, quando ele estava de "boa", deixava e até entrava na "onda", mas quando não estava...Vixi! Só bronca.
        Havia outra Olaria atrás da casa deles, e nos escondíamos até lá, pois o pessoal deixava, achando engraçado a bagunça que fazíamos.
       Naquele tempo, não era como nós que hoje falamos cara a cara a distância, e sim, por carta. E no mês de Abril, vire e mexe caia em Abril na Ação de Graças, e minha avó mandava uma carta nos comunicando que nos esperavam para que pudéssemos comemorar tudo de uma vez só, os aniversariantes do mês e a Ação de Graças embaixo da parreira de uvas, sendo que um deles era o meu avô.
          Enquanto éramos tão crianças assim, as nossas diversões não paravam; eu, meu irmão, meu primo, minha prima, meu tio e minha tia acordávamos cedo para ir buscar cana, pois eles vendiam caldo de cana, na Barranca do Rio.
       Quando chegávamos na casa da minha tia, ficávamos limpando a cana, até hoje digo, prefiro chupar cana, mas caldo de cana nem pensar...acho que fiquei com trauma, mas era uma delícia, pois íamos em cima da camionete do meu tio, coisa que não faria em cidade grande.
         Já os meus avós nos acordava com um copo de café ma cama, por volta das 8:00 da manhã, e também indo para a Barranca do Rio, para alugar os pedalinho aos turistas, a fim de pedalarem no Rio Tietê, que por sinal era tão limpo, que você enxergava os peixes.
           Logo depois, aparecia o meu titio para a viagem do barco às 9:30 colocando o Arca de Noé para navegar e fazer a Inclusa, e eu adorava e adoro até hoje, tanto é que se possível vou e navego.


             Ah! Lembra que comentei do meu titio dizendo a minha avó que não estava passando bem, pois é, mesmo assim foi ao estaleiro e faleceu, deixando assim, os meus quatros primos.

      
          O meu primo mais velho e os demais se uniram no velório, se abraçaram e prometeram ao meu titio que realizariam o seu sonho de terminar o barco, novamente meus avós com força e carinho os incentivaram, juntamente com meus tios e primos.
          Quando nasceu o primogênito e primeiro bisneto, deram-no o nome de Raphael, e logo ao terminar o barco, o sonho do meu titio, deram-lhe o nome de San Raphael.
           E como disse meu titio disse que daria certo, conseguiram reerguer a ponte depois de anos, tanto é que hoje ao invés de reergue-la, fizeram uma nova ponte mais alta, pois os barcos aumentaram mais um andar.

    
           O turismo foi aumentando cada vez mais, que até o nosso avô se pôs a trabalhar no barco vendendo pinga, dançando com os turistas e brincando com eles, pois se tinha alguém mais animado era ele.
              Tanto é que, depois das viagens ele e os garçons jogavam uma bola, e a animação era tão grande, que os próprios garçons se prontificaram a ciar a pracinha do Vô Guerino, como era chamado por todos, mas infelizmente ela acabou devido as enchentes.
         E por saber de tudo isso, não via a hora de estar lá com eles, poder curtir cada momento, pois como meu avô começou a trabalhar no barco, os pedalinhos sobrou para a minha avó, então eu ficava com ela vendendo os bilhetes, enquanto os meus primos mais novos foram ajudá-la, e meu irmão nessa entrava "na onda" também.
              O fato é que os pedalinhos travavam , pois a corrente saia do lugar, e os turistas se viam apavorados no meio do rio, com medo da correnteza, então de bote iam buscá-los, enquanto o outro arrumava os pedalinhos.
             Já eu e minha prima ficávamos pescando dentro de botes com minha mãe, isso quando não tínhamos que limpar depois.



   


            Vendo que deu certo, e que conseguiram fazer aquilo que prometeram para o meu titio, decidiram criar um novo barco, e novamente nasceu mais um bisneto na familia, seu nome Diego, então colocaram o nome de San Diego.

   
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      E foram se tornando cada vez mais conhecidos r os turistas achando engraçado, pois falavam que na realidade éramos eles quem comandavam o turismo, pois o pedalinho já nãp era dos meus avós, pois haviam falecido, mas tornou-se do meu tio, a garapeira da minha tia e os barcos dos meus primos.
         Tanto que não deixou de ser verdade, que até a Prefeitura criou uma praça com o barca Arca de Noé em homenagem ao meu titio, mas voltando...decidiram fazer outro, mas viram que não teriam espaço.
       Conversaram com o meu tio, e acabou os pedalinhos, e lá se vai mais uma barco, e o nome desse foi em homenagem a filha do meu primo, que nasceu noa data de seu aniversário, Marina, ficando assim, San Marino.
          Outra coisa que chamava a atenção, mas que também tiveram que parar devido as enchentes, foram os casamentos no barco. Sim! Era a coisa mais linda,pois a maioria era a noite, onde podia se ver a Lua e a Empresa iluminada, as garças voando e uma tranquilidade absoluta.























               Os demais primos também fizeram aquilo que nossos avós pediram, um se tornou Gerente Geral de uma Empresa, eu e minha prima professoras com orgulho e meu irmão um Microempresário.

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         Todos nós tivemos essa garra e união até hoje, pois graças as essas mulheres, 


   

que não deixaram a "peteca" cair, tanto quanto a dar continuidade a união dela, e sei disso, pois se acaso agora mesmo vir a mandar uma mensagem para qualquer um deles, se possível largaram tudo para virem a me socorrer, mas se não puderem, estarão comigo no celu
lar  ou seja, não me deixarão por um minuto a sós.
        Então o que posso falar...que simplesmente os amo muito, e tenho orgulho por tê-los como primos, que só Deus sabe!
       Não me esqueço o que minha mãe pediu para o caçula dos homens, que até hoje me arrepia.
          - Me prometa mostrar os valores de uma familia, como nós mostramos para vocÊs, pois isso é o essencial.
          -Pode deixar, tia! Já faço isso com eles.
          Porque seu filho estava preocupado com a tia dele, e gostaria de rezar para ela, junto ao leito dela.
       Nesse momento, ao vê-lo rezando com ela, todos nós, até mesmo as enfermeiras se emocionaram.
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         Como diz o provérbio: "Família unida, jamais será vencida",A imagem pode conter: 19 pessoas, incluindo Luciana Palmesan, Marina Palmesan, Gabriel Palmesan e Gustavo Mattos Palmesan, pessoas sorrindo, pessoas em pé e atividades ao ar livre


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 e digo que posso ter me inspirado mais para um lado do que para outro, mas não , só fiz o que me pediram, pois amo também os demais que sempre tiveram presente comigo na alegria, na tristeza, na saúde e na pobreza... até que a morte nos separem.

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Beijos a todos de coração.



Autora: Valéria Galvão