quinta-feira, 27 de junho de 2013

Cultura De Paz


Respeitar a vida e a diversidade, rejeitar a violência, ouvir o outro para compreendê-lo, preservar o planeta, redescobrir a solidariedade, buscar equilíbrio nas relações de gênero e étnicas, fortalecer a democracia e os direitos humanos. Tudo isso faz parte da Cultura de Paz e Convivência.
Mas é importante ressaltar que a Cultura de Paz não significa a ausência de conflitos, mas sim a busca por solucioná-los através do diálogo, do entendimento e do respeito a diferença. A Cultura de Paz possui valores que pretendem humanizar a humanidade, em que o SER é maior do que o TER. Os movimentos de Cultura de Paz têm por fontes inspiradoras o Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-violência, projetado pelos ganhadores do prêmio Nobel da Paz , outros documentos internacionais (Haia, Declaração Universal dos Direitos Humanos, documentos da Unesco, Carta das Responsabilidades Humanas, Carta das Responsabilidade dos Artistas).
Toda e qualquer ação cultural que seja fundamentada em uma atitude de compreensão é, em si mesma, um exercício de aceitação da diversidade cultural. Por isso, a disseminação dos valores da Cultura de Paz é imprescindível para que a sociedade possa construir um novo paradigma de desenvolvimento. A Cultura de Paz é a alma do reencantamento do mundo, sem ela não haverá mudanças substanciais, equilíbrio planetário e mundos poeticamente habitáveis.



A Paz - Roupa Nova e Pe Fábio de Mello

Grande banda, linda música e letra repleta de significados... a arte nos é apresentada de várias formas, seja na leitura de um texto, na escrita de um poema, na interpretação de gráficos ou tabelas ou na letra de uma bela canção.... cabe a nós entender o "recado" e compreender os diversos significados de um "texto"


A Paz que tanto buscamos nos é apresentada de diversas maneiras, uma música, uma imagem, um texto... um olhar.



A PAZ

É preciso pensar um pouco nas pessoas que ainda vêm
Nas crianças
A gente tem que arrumar um jeito
De achar pra eles um lugar melhor.
Para os nossos filhos
E para os filhos de nossos filhos
Pense bem!
Deve haver um lugar dentro do seu coração
Onde a paz brilhe mais que uma lembrança
Sem a luz que ela traz ja nem se consegue mais
Encontrar o caminho da esperança
Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens
Se fazendo irmão e estendendo a mão
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz
Se você for capaz de soltar a sua voz
Pelo ar, como prece de criança
Deve então começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança
Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz
Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem,
Pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm.
A lição pro futuro vem da alma e do coração,
Pra buscar a paz, não olhar pra trás, com amor.
Se você começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança.
Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz
Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz
Inteira feliz ...




sexta-feira, 21 de junho de 2013



Crônicas da Estação: a memória futura do frio

Everton Cunha, o Mr. Pi, é o quarto integrante do Pretinho Básico a dar suas impressões sobre o frio

Zero Hora convidou os integrantes do programa Pretinho Básico, da Rede Atlântida, para contar qual a imagem que eles têm do frio. Pode ser uma lembrança de infância, um filme, um livro, um período de férias. Até o próximo domingo, durante a última semana de férias de inverno, eles vão esquentar este espaço com suas impressões. O quarto da série é Mr. Pi:

Três e quinze da manhã de terça feira,12°C no termômetro dentro da casa. O silêncio do frio é imensamente maior do que o das outras estações. Ouço atentamente os pequenos ruídos que surgem de um lado ou de outro. Pausados, eles medem o quanto sou capaz de suportar o medo dessa única sensação de solidão. O copo que ergo e levo até a boca parece trazer um conforto que só é possível graças ao que nele está servido e me completa. A única lâmpada acesa ilumina exatamente o que não precisa: a área da frente. Nela, a área, nesse momento, ninguém passa e ninguém senta. Mas é nela, a luz que brilha, de alguma forma a sensação de segurança que preciso, mesmo que distante de mim. O frio continua na casa. O termômetro também, assim como eu.

Já marca três e meia no relógio. A temperatura se mantém. Coloco uma coberta que cobre minhas finas pernas até meus pés. Lembro do meu avô . Ele costumava fazer assim cada vez que jogava carta com seus velhos amigos na sala da casa onde morava em épocas de frio. Enquanto jogavam, minha avó fazia de uma laranja aquecida no sol um motivo suficiente não só para alimentar o seu corpo, mas também para aquecer minha memória futura de cenas inesquecíveis de infância. Ela comia laranjas, meu avô fazia canastras, e eu era apenas um menino que crescia vendo tudo aquilo. Agora, muitos anos passados, e poucos minutos depois do que acabo de escrever, vejo a mesa ao meu lado repleta de laranjas, assim como no balcão diante de mim um baralho que sorri com seu rei de paus e sua dama de copas, e eu me sentindo um valete de ouro.

Quase quatro. Acho que perdi o sono. Acabei lembrando da infância e das frases da mãe: “não apanha frio”, “não fica descalço”,”bota um agasalho”, “não sai no frio depois do banho quente”. A voz dela está dentro de mim, e eu repito com minha própria durante o inverno inteiro. Hoje sei que fui um gravador. Digo quase tudo que ouvi e faço quase tudo que lá vi. Das frases já ditas sobre o frio até aqui, até as mãos que apertam as cobertas contra o corpo na hora de dormir. Na verdade, foram sempre as mãos dela que me livraram de qualquer sensação de frio.

Cinco da manhã. Baixou um pouco mais a temperatura. Onze, talvez 10°C. Não consigo mais dormir. Cada vez que perdia o sono, acordava meus irmãos pedindo que me tapassem. Não movia o corpo com medo de alguém que eu não sabia quem. Dentro de mim morava um vazio, que enquanto meu pai não chegasse, não teria mais fim. Meus irmãos me confortavam, um dizia “vai dormir”, e o outro “para de encher o saco”. A noite continuava, como continua essa aqui. De repente o barulho do carro do pai. Soava como uma canção que me fazia dormir. Era o ronco do carro, contrastando com o silêncio do meu sono.

Sete da manhã. Bom dia! A noite passou, e eu não peguei no sono. O frio continua, e eu também. Agora posso dormir. Começa o barulho do dia, e com ele meu silêncio para o sono. Nesta época do ano, o silêncio do frio é imensamente maior do que o das outras estações. Que seu dia seja quente, que não tenhas medo, nem solidão, que seja a voz de uma canção, que seja um jogo de cartas, nem marcadas e nem tão embaralhadas, que seja coberto de alegrias, que tenhas frutas e não só laranjas, que também tenha barulho, que fique gravado, que tenha mãos, que tenha bons pensamentos e belas atitudes, e principalmente, que tenha alguém que você saiba quem pra simplesmente dizer TE AMO !

domingo, 16 de junho de 2013


Este quadro pertence a Van Gogh, e caso queiram saber mais sobre o mesmo é só acessar o link:





Manhã de InvernoCoroada de névoas, surge a aurora 
Por detrás das montanhas do oriente; 
Vê-se um resto de sono e de preguiça, 
Nos olhos da fantástica indolente. 

Névoas enchem de um lado e de outro os morros 
Tristes como sinceras sepulturas, 
Essas que têm por simples ornamento 
Puras capelas, lágrimas mais puras. 

A custo rompe o sol; a custo invade 
O espaço todo branco; e a luz brilhante 
Fulge através do espesso nevoeiro, 
Como através de um véu fulge o diamante. 

Vento frio, mas brando, agita as folhas 
Das laranjeiras úmidas da chuva; 
Erma de flores, curva a planta o colo, 
E o chão recebe o pranto da viúva. 

Gelo não cobre o dorso das montanhas, 
Nem enche as folhas trêmulas a neve; 
Galhardo moço, o inverno deste clima 
Na verde palma a sua história escreve. 

Pouco a pouco, dissipam-se no espaço 
As névoas da manhã; já pelos montes 
Vão subindo as que encheram todo o vale; 
Já se vão descobrindo os horizontes. 

Sobe de todo o pano; eis aparece 
Da natureza o esplêndido cenário; 
Tudo ali preparou co’os sábios olhos 
A suprema ciência do empresário. 

Canta a orquestra dos pássaros no mato 
A sinfonia alpestre, — a voz serena 
Acordo os ecos tímidos do vale; 
E a divina comédia invade a cena. 

Machado de Assis, in 'Falenas'

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Camões

Grande Soneto de Camões... o que o verdadeiro amor? Confusão, antíteses, paradoxos...o mais sublime e confuso sentimento.


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

                           Luís de Camões

Essa música retrata a mesma confusão.


Soneto de Fidelidade



De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes


terça-feira, 11 de junho de 2013

Luís Fernando Veríssimo

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.



A Rosa Encantada

Sonhei um dia estar
nos braços do meu amado,
e nele me aconchegar
juntamente com o seu beijo molhado.

Mas, tudo parecia
estar longe de acontecer.
Até que num grande dia
um dos sonhos pôde acontecer.

Pedi-lhe uma rosa
e em suas palavras diziam: não.
No entanto, de uma forma carinhosa
nos seus olhos, só haviam aprovação.

Roubei a flor encantada
e dei para a minha amada
Nossa Senhora da Aparecida,
que lhe trouxe nova vida.

E isso tudo é para provar
que quando com amor se dá,
ninguém poderá deixar
de Sonhar.

Autora: Valéria Galvão.

Isso é um exemplo de influência de excelentes professores que nos incentivaram até na poesia, como o professor Clínio.

Eu, Etiqueta


Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

Carlos Drummond de Andrade



sábado, 8 de junho de 2013


...continuando a fase romântica, aqui está  o verdadeiro amor através da natureza...


Ler





Palavras....

O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA
(Manuel de Barros)

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

O amor... Carlos Drummond de Andrade



Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida. 

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. 
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. 
Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor. 
Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro. 
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida. 
Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados... 
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... 
Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva. 
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. 

É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Poesia - Carlos Caváco

Foge de mim!

Não pode ser! O teu amor profundo
que toca mesmo as raias da paixão,
e te proclamas “o maior do mundo”,
nada consegue do meu coração.

Não te posso querer como me queres,
não te posso adorar como me adoras.
Eu sei que sofres, e também que choras,
Julgando-te a mais triste das mulheres.

Ouve, entretanto a causa poderosa,
que me obriga a fugir do teu carinho:
-tu és a rosa, mas eu sou o espinho,
-espinho que envenena a qualquer rosa.

Tu mereces alguém que, desfolhando.
Lírios e lírios pela vida afora,
Faça em tu’alma despontar a aura
Com a luz e pássaros cantando.

Alguém que satisfaça os teus desejos,
enquanto o amor no coração lhe cresça,
que te ponha nas mãos luvas de beijos
e coroas de estrelas na cabeça.

E eu já nem sei fazer os madigraes,
Enfeitados de sonhos e chiméreas.
Tanto hei ouvido os uivos da pantera!
 Tanto hei sentido os berros dos chacaus!

Ao meu lado terias que sofrer
Graves tristezas e desilusões.
Evita sempre as lavas dos vulcões.
Evita sempre todo o padecer.

Segue a vida sem olhar atrás
Pontos estranhos nos indica a terra:
-tu, te encaminhas procurando a paz;
-eu, me encaminho procurando a guerra.

Pelo carinho da família amada
É que no eito o coração te bate.
Eu me coloco junto a barricada
Esperando o momento do combate.

Fica onde estás. O teu viver encanta.
E não queiras trocar, flor da manhã,
Essa existência que te faz tão santa,
Pelos beijos do fogo de Satãn.



Esta poesia é para aquelas pessoas que tem medo de AMAR..., e sentem segurança em fugir ao invés de viverem um GRANDE AMOR. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Arnaldo Jabor

Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.


Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.


Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.


Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.


Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.


Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.


Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.


É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?


Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.


Não funciona assim. 


Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.


Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!


Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Casinha Branca - música


Rosa Branca - Poesia

Rosa Branca

Eu me afasto e tento despedir
Você prende a minha a mão e me pede para ficar
Nossos olhos se encontram; 
Nossos lábios se tocam;
Foi o destino que nos uniu, minha querida,
E ele está nos separando.
Largando-nos encalhados e indefesos pelo caminho.
Sofro ao deixá-lo
Sabendo, dentro do coração, que este é o fim.
Mas não me arrependo do tempo
Que junto compartilhamos.
Não me arrependo por amá-lo.
E, se o destino decretar que nossos olhos
Não se encontrem jamais,
Conhecê-lo e amá-lo valeu a pena. 
 E mesmo que nos encontremos em mundos diferentes,
Levarei você sempre no meu coração.
Valéria Nikoff


Está chegando o Dia dos Namorados...vamos amolecer esses corações...