quarta-feira, 5 de junho de 2013

Poesia - Carlos Caváco

Foge de mim!

Não pode ser! O teu amor profundo
que toca mesmo as raias da paixão,
e te proclamas “o maior do mundo”,
nada consegue do meu coração.

Não te posso querer como me queres,
não te posso adorar como me adoras.
Eu sei que sofres, e também que choras,
Julgando-te a mais triste das mulheres.

Ouve, entretanto a causa poderosa,
que me obriga a fugir do teu carinho:
-tu és a rosa, mas eu sou o espinho,
-espinho que envenena a qualquer rosa.

Tu mereces alguém que, desfolhando.
Lírios e lírios pela vida afora,
Faça em tu’alma despontar a aura
Com a luz e pássaros cantando.

Alguém que satisfaça os teus desejos,
enquanto o amor no coração lhe cresça,
que te ponha nas mãos luvas de beijos
e coroas de estrelas na cabeça.

E eu já nem sei fazer os madigraes,
Enfeitados de sonhos e chiméreas.
Tanto hei ouvido os uivos da pantera!
 Tanto hei sentido os berros dos chacaus!

Ao meu lado terias que sofrer
Graves tristezas e desilusões.
Evita sempre as lavas dos vulcões.
Evita sempre todo o padecer.

Segue a vida sem olhar atrás
Pontos estranhos nos indica a terra:
-tu, te encaminhas procurando a paz;
-eu, me encaminho procurando a guerra.

Pelo carinho da família amada
É que no eito o coração te bate.
Eu me coloco junto a barricada
Esperando o momento do combate.

Fica onde estás. O teu viver encanta.
E não queiras trocar, flor da manhã,
Essa existência que te faz tão santa,
Pelos beijos do fogo de Satãn.



Esta poesia é para aquelas pessoas que tem medo de AMAR..., e sentem segurança em fugir ao invés de viverem um GRANDE AMOR. 

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