domingo, 26 de agosto de 2018



O motoqueiro da esquina

Nesta manhã, houve velório de um motoqueiro,
E sempre que ouço isso
Fico preocupada, pois sei que anda de moto
E meu coração fica apertado,
Rezando e imaginando, não ser o meu amado.

Apesar de meu pai ter comentado
Haver vários motoqueiros,
Passando na avenida,
Fiquei a imaginar...
Será que ele possa estar lá?

Após o enterro,
Estava vindo da farmácia,
E passou uma moto na rua roncando,
No estilo de querer chamar atenção.

Olhei, e vi não ser meu vizinho.
Mas como não estava bem,
Nem dei conta por mim,
Onde ele havia virado.

Ao chegar à minha rua,
O que vejo... aquela moto.
Doutra ponta da esquina.
Olhando para trás...

Olhei, pensei comigo mesma,
Será ele? Será?
Mas não vou começar
A ficar imaginando
E depois me machucar.

Quando vejo novamente,
Ele continua a me olhar,
Fez uma manobra,
Mas decidiu ir embora.

Agora fico a pensar,
Será que ele me viu?
Quis falar comigo,
E não fez?

Ou será que a me ver,
Quis dizer que não ser ele,
Mas sim, outro.

Ou foi pura coincidência,
O outro parar na esquina,
Olhar para trás,
Aguardar-me,
Perceber que eu o vi,
E ir embora...

Meu Deus! Depois o outro me diz que sou louca...
E não é para ser...
E pode crê que mais tarde
Terei comigo uma mensagem.

Pode acreditar,
Pois meu coração
Não se engana.


                                                                                        Autora: Valéria Galvão

Nenhum comentário:

Postar um comentário